segunda-feira, novembro 22, 2010

GRUPOS ESPECIAIS.



GRUPOS ESPECIAIS.

Diabéticos

O diabetes diminui a capacidade do organismo de queimar o material energético ou glicose que ele retira dos alimentos para energia. A glicose é transportada pelo sangue para as células necessitando de insulina, que é produzida pelo pâncreas para permitir que a glicose se movimente para o interior. Sem insulina, a glicose se acumula no sangue e é eliminada pela urina por meio dos rins (Nielman, 1999)

Pode ser:

Diabetes Melito Tipo I - De acordo com POLLOCK (1993) “o diabetes do tipo I instala-se de forma mais rápida e é mais difícil de ser controlada e é tratada por meio de injeções de insulina”. São também conhecidos como insulino dependentes, pois se caracterizam por apresentarem um quadro de baixa dos níveis de insulina ou mesmo a inexistência da produção da mesma. Durante os exercícios, estes indivíduos respondem com um aumento nos níveis de glicose, ácidos graxos e cetonas.

Diabetes Melito do tipo II - Segundo TEIXEIRA (1992), está associada à hereditariedade, dependendo, entretanto, de fatores como vida sedentária e maus hábitos alimentares. Tem sua maior incidência em indivíduos com mais de 40 anos de idade (diabete senil). Durante os exercícios, os níveis de glicose se reduzem gradualmente devido à sua maior solicitação de uso pela musculatura esquelética. A produção de glicose pelo fígado é inibida pela presença de altos níveis de insulina, não sendo comprovado, no entanto, a ocorrência de uma hipoglicemia durante os exercícios de curta duração.

A prática de exercícios físicos provoca a elevação da sensibilidade dos tecidos à insulina, e, com isso, a tolerância à glicose aumenta, permitindo, dessa forma, menor restrição à ingestão de glicídios.

A prática de exercícios físicos só é recomendada quando os níveis circulantes de glicose no sangue são mantidos sob controle mediante o uso de insulina e de dieta adequada. Caso isso não ocorra, á risco de levar o indivíduo diabético a um estado de hipoglicemia (GUEDES,1995).

A prática de atividades físicas, segundo VIVOLO (1994), contribui para os níveis de glicemia, aumentar a capacidade do corpo em utilizar a glicose e aumentar a capacidade da insulina na redução dos níveis de glicose no sangue. Este fato faz com que haja a administração de uma menor quantidade e insulina para quem a toma diariamente ou um melhor aproveitamento deste substrato nos diabéticos que possuem este hormônio, mas que não são capazes de utilizá-la adequadamente.

Segundo o American College of Sports Medicine (ACMS), o indivíduo diabético deve se exercitar de 5 a 7 dias por semana, com a duração entre 30 - 40 minutos e a intensidade de 60 à 75% da freqüência cardíaca máxima ou 50 à 60% do VO2máx. ou seja, atividade de predominância aeróbia.

Exercícios de intensidade elevada ou longa duração devem ser evitados (acima de 60 minutos), como também em temperaturas elevadas.

CARDIOPATAS

O processo de reabilitação cardíaca passou por uma profunda transformação na sua abordagem conservadora nos últimos 40 anos. A conduta padrão desencorajava portadores de quadros anginosos ou aqueles que haviam experimentado ataques cardíacos a serem ativos e eram aconselhados a abdicar de seu lazer para ficarem no leito por 6 semanas, após um infarto do miocárdio, por exemplo.

Felizmente os cardiologistas questionaram este comportamento pessimista e conservador e demonstraram a segurança da atividade física devidamente adaptada para pacientes anginoso, vitimas de ataques cardíacos e apresentando condições favoráveis e estáveis, podendo sentar se em uma cadeira à beira do leito e se exercitar progressivamente com atividades que estimulem a resistência.

Ressaltando o trabalho multintervencionista, podemos dizer que, não somente exercícios físicos, mas também as alterações clinicas, físicas, psicossociais e comportamentais em termos de modificações dos risco tais como, parar de fumar, reduzir os níveis de pressão arterial e do colesterol, controle de peso com exercícios, dieta saudável e redução do estresse, são fundamentais para reabilitação cardíaca e redução da mortalidade secundaria à coronariopatia.

HIPERTENSOS

É condição na qual a tensão arterial encontra-se cronicamente elevada, acima dos níveis considerados desejáveis ou saudáveis para a idade e a superfície corporal do indivíduo.

A hipertensão, na maioria dos casos, pode ser resultante de fatores genéticos, de uma dieta com altos teores de sódio, obesidade, da inatividade física, estresse, de uma combinação destes fatores, e outros. (POLLOCK, 1993).

O American College of Sports Medicine (ACSM) e outros revisores concluíram que as pessoas com hipertensão discreta podem esperar uma queda média das pressões arteriais sistólica e diastólica de 8 a 10mmHg e 6 a 10mmHg, respectivamente, em resposta ao exercício aeróbio regular.

Os programas de exercícios devem ser de predominância aeróbia, como caminhadas, corridas leves, ciclismo, natação, etc..

Esses exercícios aplicados em ritmo estável na atividade muscular rítmica provocam a dilatação dos vasos sangüíneos nos músculos ativos, reduz a resistência periférica total e aumenta o fluxo de sangue através de grandes segmentos da árvore vascular periférica.

A atividade física pode aumentar a capacidade cardiovascular e reduzir a demanda de oxigênio pelo miocárdio para um dado nível de exercício, tanto em indivíduos normais, quanto na maioria dos pacientes cardíacos. Exercidas regularmente são necessárias para manter os efeitos obtidos ao treinamento. Os riscos potenciais associados aos exercícios intensos podem ser reduzidos através da orientação correta.

As evidências sugerem que o treinamento físico pode auxiliar no controle do tabagismo, da hipertensão, das dislipidemias, do diabetes, da obesidade e do estresse emocional, protegendo contra o desenvolvimento da doença coronariana, além de poder melhorar a probabilidade de sobrevida após um ataque cardíaco.

Terceira Idade

Segundo muitos gerontologistas, um ingrediente fundamental para o envelhecimento saudável é a atividade física regular. De todos os grupos etários, as pessoas idosas são as mais beneficiadas pela atividade. O risco de muitas doenças e problemas de saúde comuns na velhice (ex: doenças cardiovasculares, câncer, hipertensão, osteoporose, fraturas ósseas e diabetes) diminuem com a atividade física regular (NIEMAN, 1999).

O processo de envelhecimento fisiológico é uma série de alterações nas funções orgânicas e mentais devido exclusivamente aos efeitos da idade avançada sobre o organismo, fazendo com que o organismo perca a capacidade de manter o equilíbrio homeostático. (LEITE,1990).

Quanto a prescrição de exercícios físicos, no início deve-se dar ênfase ao sistema cardiorrespiratório, com a intensidade de carga não ultrapassando a 50% do VO2máx ou 60% da FCmáx. A freqüência semanal deverá ser de 3 vezes por semana, em dias alternados, com a duração entre 20 a 60 minutos. Para o iniciante, deve-se aproximar gradualmente destes valores por meios de cargas intervaladas - alguns minutos de atividade, descanso, retorno a atividade. Procurar diminuir gradativamente o intervalo de descanso.

A imprudência e a prescrição incorreta de exercícios físicos podem acarretar sérias conseqüências que vão desde a morte súbita, infarto do miocárdio, até uma simples tonteira ou desmaio.

GESTANTE

Para a mulher na idade fértil e durante os três primeiros meses de uma gestação normal, existe o risco de descolar a placenta do útero represen-tando a interrupção da gravidez. Neste período aconselha-se suspender ativi-dades físicas de alta intensidade e de grande impacto.

Após os três primeiros meses, a mulher poderá continuar suas atividades físicas de rotina sem nenhuma contra indicação, e este trabalho poderá ser muito benéfico para um bom parto, para uma gestação saudável e sem ganho exagerado de peso.

O American College of Obste-trician and Ginicologist destaca as alterações orgânicas, modificações no metabolismo, modificações gerais no organismo feminino no período gestacio-nal, e os cuidados na prescrição de exercícios, alertando para os sintomas e sinais que interrompem a atividade física.

Crianças

A atividade física para crianças deve ter seus objetivos ligados ao desenvolvimento no processo de crescimento. No entanto há uma grande quantidade de informação proporcionada pela pesquisa, aponta inúmeras respostas fisiológicas ao exercício que são especificas para os indivíduos fisicamente imaturos. É importante que essas características sejam levadas em conta ao se realizar um teste de esforço clinico ou de aptidão física, assim como e elaboração de programas de exercícios físicos.

Em comparação com adulto, é possível identificar as diferenças fisiológicas das crianças nos seguintes componentes:

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS ÍMPARES DAS CRIANÇAS EM RELAÇÃO AOS ADULTOS

VARIÁVEL FISIOLÓGICA

VO2 (L/min)

Mais baixo

VO2 (mL/kg/min)

Mais alto

Freqüência Cardíaca

Mais alto

Débito cardíaco

Mais baixo

Volume Sistólico

Mais baixo

Concentração de Lactato

Mais baixo

Volume corrente

Mais baixo

Ventilação

Mais baixo

Relação de Permuta Respirátoria –RPR

Mais baixo

Ventilação Expirada VS. Volume de oxigênio consumido por minuto - VE/VO2

Mais alto

Fonte: ACSM,2007 p.181

O planejamento e a prescrição de exercícios devem ser então adequados para as necessidades sejam elas, física, motoras, sociais, afetivas e psicológicas do aluno, sem essa cumplicidade não seria possíveis otimizar a promoção da saúde.

Para avaliação geral da criança, é proposto por vários autores, a utilização de protocolos específicos para a identificação da composição corporal, capacidade aeróbica e habilidade motora para cada esporte em especifico.

Em resumo a criança deve ser respeitada em todas as suas fases de crescimento e desenvolvimento e o objetivo do professor é participar com muito critério e cuidado para que essa criança não fique prejudicada em nenhum dos aspectos acima citados.

OBESOS

A obesidade é a condição na qual a quantidade de gordura corporal excede aos limites determina-dos, de acordo com tabelas de referencias que foram criadas mediante estudos da população, indicando também que cada 1kg de gordura é o equivalente a 7.700kcal.

Relacionada com inúmeras doenças, a obesidade pode desencadear: diabetes, coronariopatia, distúrbios psicológicos, doença renal, hipertensão, apoplexia, males hepáticos e dificuldades mecânicas.

Conseqüentemente, a expectativa de vida é significamente menor entre a população obesa. A obesidade vem sendo considerada um dos maiores problemas de saúde da sociedade moderna.

Se uma criança está com sobrepeso na infância, as probabilidades de uma obesidade na vida adulta são três vezes maiores, em comparação com crianças de peso corporal normal.

Necessariamente excesso de comida não causaria a obesidade, pois, ela teria sua causa direta com o balanço calórico positivo. Uma pessoa somente irá engordar se a quantidade de calorias ingeridas superar a quantidade de calorias gastas.

Dentre os fatores que geram a obesidade, podemos citar:

Inatividade física: inatividade física associada à super alimentação.

Fatores socioculturais: 1- Os hábitos familiares, tais como, maus hábitos alimentares; 2- Problemas psicológicos ou emocionais; 3 - Problemas pessoais de ordem financeira, social ou afetiva que podem provocar distúrbios comportamentais ou psicológicos que podem levar a pessoa a ingerir alimentos em excesso, ou a adotar uma vida mais sedentária.

Fatores genéticos e endócrinos: Segundo o Colégio Americano de Medina do Esporte (ACSM, 2007), a obesidade é causada por uma complexa interação entre fatores hereditários e ambientais que certamente predispõem os indivíduos,no entanto, uma criança tem 10% de chance de ficar obesa se os pais tem peso normal, 50% de chance se um dos pais é obeso, e 80% se ambos são obesos.

A obesidade, principalmente em sua forma extrema, tende a se familiarizar, sendo muito mais comum nas crianças quando ambos os pais são obeso, do que quando nenhum deles é.

Três diferentes manipulações de natureza endócrina podem produzir obesidade: administração de insulina, glicocorticóides e castração. Tem-se observado que a elevação experimental de insulina produz hiperfagia ou aumento do apetite. Mas, apenas 5 % dos obesos são de origem hormonal ou genética.

A grande ameaça da obesidade está na predisposição a doenças cardiovasculares e pulmonares. Os casos mais severos são: influência cardíaca, tromboses e hemorragias cerebrais e, romboses coronarianas. A taxa de mortalidade nos diabéticos é quase quatro vezes maior nos obesos do que nos não obesos.

Dentre as doenças que podem ser agravadas pela obesidade, destacam-se o diabete mellitus, a doença vascular hipertensiva, a arteriosclerose, as varizes essenciais dos membros inferiores, etc.

Segundo Kannel & Gordon, há a diminuição entre 25 - 35 % no número de moléstias graves com a diminuição do peso.

O obeso está mais sujeito a ferimentos corporais por acidentes. Pois sofre redução de suas capacidades físicas e diminuição da velocidade de movimento.

As mulheres obesas estão mais propensas a complicações durante a gravidez.

A obesidade diminui a longevidade, ou seja, apenas 60% dos obesos chegam aos 60 anos, em comparação a 90% das pessoas magras.

O sistema circulatório é afetado pelo excesso de gordura, sendo que pessoas portadoras de doenças cardiovasculares deveriam manter o peso aproximadamente 10% abaixo do normal para diminuírem a sobrecarga do coração e do sistema circulatório.

Fonte:Novaes & Vianna; ACSM,2007; Pitanga,2008; Fontoura, 2008; Pollock & Wilmore, 2009